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ISSN 0102-8529 (Impresso)
1982-0240 (Online)
PUC-Rio - Página inicial Instituto de Relações Internacionais Revista Contexto Internacional

Vol. 17, Nº 2, 1995

A Segurança Internacional depois da Guerra Fria: Da Globalização à Regionalização

Estamos testemunhando a regionalização da segurança internacional na era pós-Guerra Fria. Esta tendência é o resultado direto do desaparecimento da União Soviética, do fim dos choques provocados pela Guerra Fria e do colapso do sistema bipolar. Edward A. Kolodziej



Resumo
Estamos testemunhando a regionalização da segurança internacional na era pós-Guerra Fria. Esta tendência é o resultado direto do desaparecimento da União Soviética, do fim dos choques da Guerra Fria e do colapso do sistema bipolar. Podem ser identificados pelo menos seis sistemas de segurança, que correspondem conceitualmente às atuais relações de segurança, características das principais regiões do mundo. Cada um representa um diferente estágio de desenvolvimento, desde os sistemas primitivos de equilíbrio de poder (Iugoslávia) até as comunidades de segurança (União Européia), nas quais Estados antes rivais decidem em conjunto suas políticas de segurança visando à vantagem recíproca. Desta análise emergem diversos postulados relevantes da política. Primeiro, as estratégias de confronto precisam ser sensíveis ao contexto histórico e aos atores cujas rivalidades definem o âmbito e a gravidade dos problemas de segurança da região. Segundo, os Estados regionais, suas elites governantes e seus povos precisam assumir a responsabilidade básica da solução de seus problemas de segurança, pois a intervenção das grandes potências, embora ainda possível, é menos provável do que durante a Guerra Fria e muitíssimo mais problemática. Terceiro, paralelamente ao princípio precedente, os rivais regionais ainda precisarão de ajuda de fora da região para ir passando, pouco a pouco, da dependência do equilíbrio de poderes, da força e das ameaças na definição de suas relações, para esquemas de segurança baseados, cada vez, mais em formas consensuais de cooperação. Quarto, nenhuma receita de confronto com o conflito será facilmente adequável a todas as situações de segurança. Cada região exigirá uma combinação diferente de incentivos materiais, principalmente militares e econômicos, assim como de recursos de diplomacia e liderança para passar cada vez mais dos conflitos regionais para modalidades de solução menos coercivas e mais consensuais.

Palavras-chave
Segurança Internacional — Globalização — Regionalização



International Security after the Cold War: From Globalization to Regionalization

Abstract
This paper argues that we are witnessing the regionalization of international security in the post-Cold War era. This trend is the direct result of the demise of the Soviet Union, the end of the Cold War struggle and the collapse of the bipolar system. At least six security systems can be identified that map conceptually with the present security relations characterizing the major regions of the world. Each represents a different stage of development, ranging from primitive balance of power systems (Yugoslavia) to security communities (European Union) in which formerly rival states jointly decide their security policies to their mutual advantage. Several key policy prescriptions arise from this analysis. First, coping strategies must be responsive to the historical context and actors whose rivalries define the scope and depth of a region’s security problems. Second, regional states and their governing elites and populations must be primarily responsible for resolving their security problems as great power intervention, while still possible, is less probable than during the Cold War and highly more problematic. Third, and in tandem with this preceding principle, regional rivals will still need help from outside the region if they are to progressively move from relying on balance of power force, and threats in defining their relations to security arrangements based increasingly on consensual forma of cooperation. Fourth, no one prescription to cope with conflict is likely to be suited to all security situations. Each region will require a different mix of material incentives, principally military and economic, as well as diplomatic and leadership resources to move regional conflicts increasingly toward less coercive and more consensual modes of resolution.

Key-words
International Security — Globalization — Regionalization



A Segurança Internacional depois da Guerra Fria: Da Globalização à Regionalização


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